Olimpíada Internacional de Filosofia

Duas alunas do Ensino Médio participam da seletiva nacional para a 31ª Olimpíada Internacional de Filosofia com excelente desempenho

Estamos mais acostumados a ouvir falar em olimpíadas de Matemática, Química e até Robótica. Mas como funciona uma olimpíada de Filosofia? Na última seletiva nacional da IPO Brasil, os participantes tiveram que escolher um tópico, entre quatro, e tomá-lo como ponto de partida para a redação de um ensaio filosófico na língua informada no ato da inscrição (inglês, espanhol ou francês).

Esse foi o desafio enfrentado por duas alunas da 3ª série do nosso Ensino Médio, Sofia Glasberg Haim e Estela Ostrensky Smith, e por mais cerca de 80 estudantes de todo o Brasil, de escolas públicas e particulares. Sofia ficou sabendo da competição por meio da professora de Filosofia Luciana Soldi. “Fui com o intuito de aproveitar ao máximo com o que já tinha aprendido na escola e nas minhas leituras pessoais na área de Filosofia. Escolhi o tema 4, uma citação da Lélia González sobre racismo na América Latina, um assunto debatido em diversas frentes durante meu segundo ano de Ensino Médio no Santa. Senti que era o assunto sobre o qual eu teria maior propriedade para discorrer com profundidade, podendo articular a filosofia com o que aprendi em História e Literatura também”, conta a aluna, que recebeu menção honrosa por seu ensaio, resultado que pouquíssimos participantes alcançaram.

Estela, por sua vez, ficou sabendo da olimpíada pelo pai, que é professor de Filosofia na Universidade Federal de São Paulo. “Eu gosto muito de escrever e a experiência de fazer parte de algo assim, independentemente do resultado, foi valiosa para aprofundar meu desenvolvimento de pensamento e de escrita”, disse a estudante, que optou por escrever sobre o tópico 2, uma citação de “The view from nowhere“, livro do filósofo americano Thomas Nagel, que diz que “estamos aqui por sorte, não por direito ou por necessidade.” “Minha escolha não foi baseada em qual eu senti que seria mais desafiador ou mais fácil, mas sim em qual me daria mais oportunidade de investigar um tema ou um pensamento que não se apresenta no meu cotidiano ou em alguma matéria escolar, visto que meu objetivo com a olimpíada nunca foi ganhar um prêmio, mas sim entrar em contato com diversos temas e exercitar uma escrita mais criativa e pessoal.”

Luciana Soldi destaca o formato da prova, um ensaio “de fôlego”, escrito em quatro horas de trabalho, em outra língua e com consulta apenas a um dicionário do idioma escolhido, no caso de nossas alunas, o inglês, e também o fato de a prova dialogar com questões filosóficas, autores diversos, na interface com outras áreas. “No meu entender, esse diálogo encontra sólida base na formação que o colégio dá a seus alunos, especificamente nas humanidades, lembrando que o colégio tem, desde a sua fundação, o curso de Filosofia e, de uns anos para cá, o curso de Sociologia, além dos cursos tradicionais dessa grande área”, diz a professora. “O tipo de prova desse processo seletivo tem interessado ao colégio e a seus alunos em fase final de formação porque é uma oportunidade de exercitar o pensamento filosófico, em uma situação de rigor acadêmico e de escrita dissertativa, em nível nacional, para representar o país internacionalmente”, finaliza.

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