Ao infinito e além

Grupo de alunos do Ensino Médio representa o colégio na etapa final da 29ª International Space Settlement Design Competition, no Kennedy Space Center da Nasa

No final do mês de julho, um grupo de oito alunos do Ensino Médio (2º e 3º ano) viajou aos EUA para representar o Colégio Santa Cruz na etapa final da 29ª International Space Settlement Design Competition. A competição foi realizada no Kennedy Space Center da Nasa e durou três dias. “No primeiro dia, depois da emoção da chegada, e da visita ao museu que existe no local, nos registramos no mesmo hotel que os demais 134 competidores presenciais. O hotel poderia chamar-se “Torre de Babel INN”: italianos, espanhóis, americanos, portugueses, chineses, búlgaros, todos juntos e misturados. Os demais 130 competidores participaram on-line desde seus países”, relata a aluna Beatriz Nunes Mascarenhas.

Os alunos que foram aos EUA estavam representando um grupo maior de estudantes do colégio, que desde 2021 desenvolveram o projeto de uma estação espacial mineradora, que ficaria em órbita ao redor do Sol, na altura do cinturão de asteroides. O projeto dos alunos do Santa foi premiado com o 2º lugar na América Latina, tendo sido classificado para a grande final.

O grupo com o professor Reinaldo

Que tal projetar uma base no planeta Mercúrio?

Uma vez no Cabo Canaveral, as 24 equipes classificadas foram agrupadas em quatro companhias, simulando grandes empresas da indústria aeroespacial. O novo desafio foi o de fornecer à Nasa um projeto completo de uma estação espacial que se movesse sobre a superfície do planeta Mercúrio, sincronizada com sua rotação, de modo a permanecer sempre na sombra, dadas as altas temperaturas daquele planeta.

O projeto deveria atender a todos os requisitos do cliente, no caso a Nasa, e detalhar a estrutura construtiva da estação, materiais, sistemas, cronograma e custos de construção. “Um trabalho gigantesco, que nossas alunas e alunos abraçaram com dedicação”, conta o professor de Física Reinaldo Espinosa, que viajou com a turma como tutor.

Para além das dificuldades técnicas do projeto em si, havia o desafio de gerir a própria companhia, que contava com presidente, vice-presidente, diretores de estrutura, sistemas, suporte à vida e marketing, todos eleitos entre os próprios participantes. Enfim, uma simulação bem realista do que seria o trabalho numa empresa da indústria aeroespacial.

O grupo na entrada do Kennedy Space Center
Alunos esperando a abertura dos portões na NASA
Alunos, divididos em empresas, criando a base em Mercúrio
Alunos apresentando o trabalho

Ao final, os projetos foram apresentados em sessões de 35 minutos, com cada companhia defendendo sua proposta, numa disputa bastante acirrada. “A comunicação se dava em diferentes idiomas e compatibilizar tantas ideias, egos e a pressão do trabalho contra o relógio foram os maiores desafios. Com orgulho, a delegação brasileira foi a mais mencionada nos discursos finais e definitivamente deixamos uma marca. Nossa empresa não ganhou o contrato, mas a banca deixou claro que nosso projeto foi o mais inovador. A semente foi muito bem plantada e esperamos que outras turmas do colégio possam reafirmar a excelência do colégio Santa Cruz e de seus alunos”, escreveram nossos representantes.

O grupo do Santa Cruz, composto por 7 alunas e 1 aluno, foi acompanhado pelo Prof. Reinaldo Espinosa, do Ensino Médio, e por Pedro Barreto, pai de aluno do Ensino Médio.

Alunos:

Beatriz Nunes Mascarenhas
Carolina Gosling do Amaral
Carolina Quercio de Barros Pereira
Cecília Zamboti Pessoa
Laura Beatriz Rocha dos Santos Haenel
Sofia Takeuchi
Sofia Serafim Vicente
Antônio Souza e Silva de Barros Barreto

Leia o depoimentos de alguns alunos:

“Foi uma experiência inesquecível, com inúmeros desafios inesperados e ótimas surpresas também, como conhecer pessoas da nossa idade que, mesmo sendo de diferentes países e de culturas distintas, se uniram em um mesmo lugar pelo puro interesse e pelas boas ideias sobre o futuro da exploração espacial, da ciência e da tecnologia.”

Antônio Barreto

“Se alguém voltasse no tempo e me dissesse que eu teria a oportunidade de participar de um projeto como esse, eu jamais teria acreditado. Essa competição superou as minhas expectativas de muitos modos diferentes e foi muito gratificante ter podido trabalhar em algo tão significativo ao lado de pessoas tão incríveis.”

Cecília Pessoa

“Uma das melhores decisões da minha vida foi participar desse projeto. A experiência inteira foi de outro mundo (literalmente), e não tenho como agradecer por tudo que aprendi e vivenciei: A conexão com pessoas de todos os lugares possíveis; a expansão da minha noção de onde se encaixa o ser humano e como ele está presente em todas as áreas, até mesmo na astrofísica; o entendimento de que comunicação é o mecanismo mais importante em qualquer situação. Isso é só um pequeno recorte do que essa competição significou para mim. Espero muito poder voltar e viver tudo de novo.”

Sofia Takeuchi
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