Por que ler na primeira infância?

Educadores do colégio e de diversas instituições participam de evento com a pesquisadora argentina María Emilia López

O Centro de Formação do Colégio Santa Cruz organizou, no dia 19 de março, uma palestra com a pesquisadora María Emilia López, da Universidade de Buenos Aires. O encontro abordou questões referentes à importância da leitura na primeira infância, tema sobre o qual os educadores da Educação Infantil do colégio estão debruçados desde que passamos a receber bebês a partir de 1 ano, em um novo campus. Foi com esse mote que a diretora pedagógica Débora Vaz abriu a palestra, saudando as mais de 72 instituições que estiveram presentes, entre escolas, centros de formação e creches.

Coube a Sandra Medrano, coordenadora pedagógica da biblioteca, mediar a conversa e apresentar María Emília, cujo currículo é extenso. Entre outras coisas, a professora universitária, escritora e ativista cultural é especialista em primeira infância, literatura infantil e gestão educativa. É cofundadora e diretora do Centro Infantil da Faculdade de Direito (da Universidade de Buenos Aires), onde criou e coordena o “Programa de investigação e formação continuada de docentes”, o programa para docentes “Escrever as práticas é construir mundos”, o “Programa de Educação Artística para bebês, meninas e meninos pequenos” e o ciclo “Protegemos juntas/os as crianças”, de acesso livre.

Em sua fala, María Emília nos convidou a pensar sobre por que ler na primeira infância e abordou três tópicos: a aprendizagem da leitura e da escrita na infância; como a leitura com bebês e crianças pequenas impacta o desenvolvimento humano e como a experiência com a leitura desde a primeira infância pode influenciar as limitações psíquicas. “A leitura, em um sentido mais amplo, está intimamente relacionada com os vínculos humanos primários e os livros com uma forma de pertencimento cultural muito potente e quase imprescindível em nossa sociedade”, afirmou a especialista.

Após o evento, organizado com a parceria da Diálogos, os participantes fizeram uma visita guiada ao Campus Orobó, espaço cuidadosamente projetado para materializar os pilares do nosso currículo para a primeira infância.

No dia 20 de março, um grupo de educadores da Educação Infantil vivenciou uma supervisão de María Emília para falar de critérios para a composição do acervo de livros e práticas de mediação de leitura para a primeira infância. Em um grupo menor, puderam ouvir a experiência de mais de 35 anos da professora nessa atividade complexa, a leitura, que coloca em jogo o mais profundo dos seres humanos, especialmente na primeira infância, quando iniciamos a construção de nosso psiquismo, nosso modo simbólico de relação com o mundo. María Emília cunhou até o termo “leiturar”: leitura com amar, que faz com que ganhe quem lê e quem escuta.

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