Ninguém solta a mão de ninguém

Espetáculo de dança de alunos do Ensino Médio, seguido de debate, discute temas como força, luta e resistência por meio da música e dos movimentos

No dia 27 de agosto, o palco do teatro do colégio foi ocupado pelo grupo de dança dos estudantes do Ensino Médio. Eles reapresentaram o espetáculo “Por entre as rachaduras”.

“Quando pensamos na montagem da apresentação, queríamos fazer algo que denunciasse as injustiças, mas que também sensibilizasse as pessoas para esses temas tão urgentes. Foi uma apresentação que falou sobre luta, resistência e força, mas também de delicadeza e amor”, conta Fabiana Neves, professora de dança. Gabriela Bezerra, aluna da 2ª série do Ensino Médio, e uma das integrantes do grupo, explicou que a escolha das músicas aconteceu junto com as discussões sobre os temas que seriam tratados. “Durante as nossas conversas, percebemos que queríamos tratar de luta e de resistência, dos que carregam mais raiva até os mais vulneráveis, dos momentos em que nos sentimos sozinhos e cansados até os em que percebemos que a luta deve ser comum a todos e que a coletividade só nos deixa mais fortes.”

Esta foi a terceira apresentação do espetáculo, mas com uma diferença: ao final, o grupo de alunos e os professores Marco Cabral, de História, e Fabiana Neves, se reuniram com a platéia para um bate-papo. “O espetáculo proporcionou um debate sobre como a crescente diversidade buscada pelo colégio nos últimos anos tem permitido experiências mais ricas, profundas e férteis, sobretudo acerca dos temas da formação da nossa identidade coletiva. Foi muito emocionante ver jovens colocando seus corpos em movimento para tematizar o racismo, o machismo, a homofobia e outros dramas brasileiros, num espetáculo que combina política e poesia, força e delicadeza, crítica e sensibilidade”, disse Cabral, que mediou o debate. Para Fabiana, “o debate foi importante porque mostrou como o trabalho desse grupo conseguiu comunicar aquilo a que se propôs.” Gabriela ressaltou a importância de os alunos terem espaço para falar: “para que nossa voz seja ouvida, seja sobre preconceito ou sobre o sistema que o perpetua.”

Playlist do espetáculo:

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