Terrapreta

A 23ª edição das Noites Literárias teve como objeto de diálogo o romance “Terrapreta”, de Rita Carelli. Com a medição da antropóloga Betty Mindlin, a escritora, que também é atriz e diretora de cinema, contou sobre suas experiências, que fundamentaram a obra. 

No enredo, a protagonista Ana deixa sua rotina em São Paulo para morar com pai, arqueólogo, em uma aldeia do Alto Xingu. O encontro intercultural, assim, é o ponto central do livro.

Foi a partir de um diário que escreveu aos 19 anos que o romance surgiu. Na ocasião, Rita conviveu um longo período com os povos indígenas. Ela se declara muito privilegiada por ter sido tão bem recebida nas aldeias e confessa que ser filha de antropólogos, reconhecidos pelo seu vasto trabalho, foi um facilitador. Muitas de suas anotações estão presentes no romance, como a origem do pequi e o enterro da filha do flautista. A autora contou, ainda, que a motivação para escrever o livro veio do sentimento de que nós “somos muito órfãos de rituais”.

Rita buscou revelar a cultura indígena, que ainda permanece percebida com muitos preconceitos, e procurou, também, exotizar um pouco os brancos, mudando a noção de normalidade.

Betty destacou o poder da ficção na compreensão do mundo, pois “a literatura permite pensar em todos os grandes temas da existência”.

Assista ao encontro.

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