Mary Poppins, o professor de javanês e a discriminação social no Rio de Janeiro

Clube de Leitura promove conversas sobre obras literárias

Um espaço para a leitura compartilhada, a discussão sobre o texto e a expressão das impressões de cada um. É o Clube de Leitura, atividade organizada pela equipe da Biblioteca que atinge públicos diversos. Neste semestre, foram realizados encontros com três grupos: alunos do 4º e do 5º ano; alunos do 6º e do 7º ano; educadores dos setores operacionais.

Com a turma do Fundamental 1, foi lido o livro “Mary Poppins”, de Pamela Lyndon Travers, publicado em 1934. Em um dos encontros, a professora Bel Roux levou o grupo para o anfiteatro para assistir à versão original do filme homônimo. As crianças foram convidadas a falar sobre as diferenças que encontraram entre as duas obras. “Durante as conversas em torno da história, puderam reconhecer aspectos da vida das crianças que mudaram bastante, como a ausência dos computadores e a forma de brincar. Mas identificaram também algumas permanências, como o fato de o pai trabalhar bastante”, afirma Bel.

A atividade foi aprovada pelas crianças. “Eu achei muito legal a ideia do Clube de Leitura; achei o livro também muito legal, já tinha visto o filme várias vezes, mas o livro tem um toque muito diferente do filme. Ele é muito mágico”, conta Tali Zausner Zylberstajn, aluna do 4º D.

Os estudantes do Fundamental 2 discutiram, coordenados pela professora Ellen Rosenblat, dois contos: “O homem que sabia javanês”, de Lima Barreto, e “Espiral”, do escritor contemporâneo Geovani Martins. “Eu achei que o Clube de Leitura foi muito legal, pois a gente podia falar muito livremente; não tinha tanta concorrência para poder falar. Você podia falar o que você pensava e complementar a fala do outro”, declara Theo Marino, aluno do 6º B.

Ellen também conduziu o encontro com educadores dos setores operacionais, com a leitura do conto “Espiral”. “Foi muito interessante a oportunidade de ler o mesmo texto com dois grupos tão distintos, um texto que nos faz pensar sobre a importância de promover aproximações. Quem sabe tenhamos, mais adiante, a oportunidade de formar grupos cada vez mais plurais”, comenta Ellen.  

O sucesso da iniciativa promete, de fato, novos grupos de leitura no segundo semestre. “Fazer parte desses encontros tem sido privilégio para todos, uma oportunidade para nos deliciarmos com a leitura, conhecer novos autores, visões de mundo, para conhecer colegas e, sobretudo, para construirmos novos conhecimentos coletivamente, na descontração de um encontro regado de saberes e experiências pessoais diversas, reflexões e muito acolhimento”, finaliza Ellen. 

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