Noite de reencontros

No último dia 9 de setembro, o Colégio sediou um encontro de ex-alunos, organizado pela associação Ex-Santa. O evento foi uma oportunidade para reencontrar colegas e conhecer um pouco mais sobre o Santa Cruz nos dias de hoje.

Para recepcionar os convidados, foi montada uma exposição de nosso acervo fotográfico no saguão do Teatro.

A programação contou com a fala de abertura de Ruy Lopes Cardoso, Presidente da Associação Ex-Santa, depoimentos de ex-alunos e uma homenagem aos Padres Lionel Corbeil, Eugênio Charbonneau, José Amaral de Almeida Prado e Roberto Grandmaison.

Fábio Marinho Aidar, Diretor Geral e ex-aluno da turma de 1979, falou sobre o Santa Cruz na contemporaneidade. “O colégio tem 3.200 alunos, 2.600 durante o dia e mais 600 nos cursos noturnos, antigo Supletivo, que hoje é chamado EJA, uma importante obra social da escola. Quero garantir o desafio que o Ricardo Kotscho coloca pra gente de manter a alma e o projeto pedagógico que os padres criaram nessa escola.”

O ex-aluno Marcelo Quintanilha, da turma de 1986, cantou “Essa Nação”, música de sua autoria, e encerrou a noite com uma homenagem a Chico Buarque, interpretando a música “A Banda”. “O Santa Cruz formou, pra mim, o maior compositor da história da música brasileira.”

A seguir, leia trechos das falas dos ex-alunos e dos Padres José e Roberto:

“Os padres do Colégio Santa Cruz defendiam o conceito de pluralismo: graças ao pluralismo, o potencial de liberdade e igualdade seria gerado entre as pessoas”, disse Ruy Lopes Cardoso, presidente da Associação Ex-Santa, que em seu discurso homenageou os padres do Colégio, entre eles Charbonneau, Corbeil, Claudio, José de Almeida Prado e Roberto Grandmaison.

“Na época, os colégios católicos costumavam ser muito formais, mas os padres do Colégio Santa Cruz eram arejados, tinham a maior camaradagem com a gente, vários deles foram professores. (…) O colégio sempre teve uma ótima educação escolar, uma educação de abertura, de amizade, mas sem moleza. Os padres não davam moleza pra gente não. E até hoje minha turma se encontra, depois de 62 anos que saímos daqui”, contou Carlos Alberto Pinto Nogueira, aluno da primeira turma do Colégio.

“O Santa Cruz foi o lugar onde tive a oportunidade de aprender a pensar. Essa foi a experiência fundamental que eu comecei a aprender, principalmente, com o Padre Claudio, ao longo de todo o Ginásio, e depois com o Padre Charbonneau, durante o Colegial”, citou João Augusto Pompeia, ex-aluno da turma de 1966.

“Aqui aprendi na prática o que é solidariedade, compaixão, amor ao próximo e a colocar o nosso aprendizado a serviço de uma sociedade ainda muito desigual e muito injusta com seu povo. (…) No começo deste texto, em homenagem aos nossos padres, falei da crise da educação brasileira. Quero terminar fazendo um apelo aos diretores, professores e ex-alunos para que, cada um no seu quadrado, mantenham vivo o espírito dos padres do Santa Cruz e se empenhem na defesa da educação brasileira para as próximas gerações. Assim, a dedicação deles e a causa da educação para cidadania e a vida não terá sido em vão”, ressaltou Ricardo Kotscho, ex-aluno e jornalista, que preparou especialmente para a ocasião um breve texto cujo título era “Quatro Padres e Uma Missão”.

“Para mim, era muito importante, em 1981, entrar na escola onde meu pai tinha estudado e conhecer o padre que havia feito o casamento dos meus pais, Padre Charbonneau, e o Padre Corbeil, que fez minha primeira comunhão. Eu acho curioso isso de pertencer ao Santa Cruz, acho bonito ter esse sentimento de pertencer a uma comunidade, não só pelos amigos que a gente faz, mas esse espaço que é tão especial e que sempre manteve as portas abertas para os ex-alunos e a histórias das famílias que se repetem quando vem filhos e netos”, disse Mariana Kotscho, da turma de 1990.

“Quando eu cheguei à escola, era um paraíso, primeira turma mista e fomos super bem acolhidas. Até hoje eu tenho uma turma de amigas que almoça junto toda segunda e nos reencontramos com a turma toda anualmente”, lembrou Suzana Granato, da turma de 1974, que trabalhou no Colégio por mais de 30 anos como professora de Biologia.

“Aqui aprendi a conviver com a diversidade e a respeitá-la. Sem dúvida foi o que mais me enriqueceu e foi no Colégio que eu aprendi a gostar mais do ser humano”, afirmou Marcelo Quintanilha.

“Eu acho que eu não seria a mesma pessoa se eu não tivesse passado 10 anos aqui no Santa Cruz, como professor, diretor e já há algum tempo como parte da história do colégio, vivendo o presente e o passado”, contou Padre José de Almeida Prado, Orientador Espiritual do Colégio.

“Esse sentimento de pertencimento que foi falado aqui eu também sinto, eu conheci o Padre Corbeil, estudamos juntos e trabalhamos juntos também. Quando eu cheguei e vi esse colégio, eu senti um espírito de família”, disse Padre Roberto Grandmaison. Em seu discurso, Padre Roberto também contou sobre o trabalho que coordena no Jaguaré e sobre sua história dentro da Congregação.

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